Mais uma manhã de sábado com sol na feira livre em Irará, seu Zé está vendendo sua farinha e seu feijão, as oito horas e meia Chico chegou pra comprar sua farinha:
(Chico) _ Bom
dia Zé!
(Zé) _ Bom
dia Chico. Como vai?
(Chico) _Bem, e
tu Zé como está? Soube que a farinha abaixou.
(Zé) _Também
estou bem, com saúde a gente corre atrás do resto. A farinha deu uma baixada
‘tá’ quarenta conto o saco.
(Chico) _Vixe,
pra gente ‘tá’ bom que ficou barato, mas pra quem faz não vale nem o esforço de
moer e torrar a mandioca.
(Zé) _ Fora
ter que arrancar e raspar. Mas é isso mesmo. Todo mundo tem a vontade por isso
‘tá’ barata.
(Chico) _ E as
praias continuam sujas de petróleo...
(Zé) _E não
é! Já foi mais de quinhentas toneladas e parece que não acaba.
(Chico) _
Quinhentas? A marinha disse que já foram mais de mil.
(Zé) _ E o
louco fica lá atrás de culpar a Venezuela e os pecadores, barraqueiros, quem
vive da praia no prejuízo.
(Chico) _ fora
os bichos morrendo, vi ontem no jornal duas tartarugas com mais de um metro
cada.
(Zé) _ O
povo tem que fazer igual no Chile e dá uma basta nessa merda de governo.
(Chico) _ Pois
é, lá o povo se cansou da opressão e foi pra rua protestar.
(Zé) _ E
tomara que eles consiga o direito deles.
(Chico) _Espero
que não seja como aqui que manipularam o povo para ir as ruas e deram um golpe.
(Zé) _
Parece que lá é o contrário: querem acabar com o golpe, igual no equador que o
governo teve que voltara atrás.
(Chico) _ É que
o povo não aguenta só ficar sofrendo não Zé.
(Zé) _ Só
falta chegar a vez do Brasil porque aqui ninguém aguenta mais.
(Chico) _ Que
chegue logo.
(Zé) _Vai
levar nada hoje não?
(Chico) _Vou
levar um feijão preto, fazer uma feijoada que domingo tem aniversário.
(Zé) _ É bom
fazer um almoço diferente.
(Chico) _Até
sábado!
(Zé) _ Até.
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