Sexta-feira manhã ensolarada, ainda no isolamento social brasileiro, ‘seu’ Zé estava vendendo sua farinha e seu feijão na feira e o freguês Chico chegou pra comprar e prosear:
(Chico) _Bom dia, como vai? E esse pó branco.
(Zé) _Pó não, farinha! Vou bem e tu Chico?
(Chico) _Vou bem também, acompanhando as desgraças desse genocídio.
(Zé) _Tá de olho na CPI?
(Chico) _E quem não está? Como é que pode ignorar 81 e-mails ofertando vacina.
(Zé) _Pior que ele é quem apoia, sempre digo, o povo ainda vai atrás dele de moto lá no Rio.
(Chico) _Um bando de abestalhado gastando gasolina pra ajudar ele a roubar mais.
(Zé) _Pelo menos no Peru o vento virou por lado do povo.
(Chico) _É o que dizem, vamos ver se ele vai mesmo governar pro povo.
(Zé) _Pelo menos a filha do ditador perdeu. E ainda está para ser presa.
(Chico) _Isso já uma vitória pro povo. Lá na Colômbia mesmo o bicho tá pegando.
(Zé) _Um mês de protesto já.
(Chico) _Aqui começou foi atrasado.
(Zé) _Tudo aqui é atrasado. Como é que libera a vacina e não deixa comprar tudo porque foi o nordeste quem negociou?
(Chico) _Eles querem mesmo é ver o povo morrendo é mais de 2.500 mortes por dia.
(Zé) _E o povo ainda achando normal gente na rua sem máscara e tudo mais.
(Chico) _É um absurdo atrás do outro. Me dá aí minha farinha que já vou.
(Zé) _Dizem que mês que vem vai ter outra protesto.
(Chico) _Tem que ter até tirarem esse sujeito de lá.
(Zé) _Ele e os filhos.
(Chico) _Mais um ano ninguém aguenta.
(Zé) _ ‘Tá’ de mais: tudo caro, morte e desemprego.
(Chico) _Até pra semana!
(Zé) _Até!
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