Sábado manhã ensolarada, ainda no isolamento social brasileiro, ‘seu’ Zé estava vendendo sua farinha e seu feijão na feira e o freguês Chico chegou pra comprar e prosear.
(Zé) _Bom dia, como vai, Chico?
(Chico) _Bom dia, vou bem e o amigo?
(Zé) _Bem graças a Deus, com saúde, é o importante.
(Chico) _E a farinha subiu foi?
(Zé) _Subiu não, o que sobe todo dia é a gasolina.
(Chico) _Nem fale, aquele infeliz ainda disse que o lucro da Petrobras foi um estupro.
(Zé) _Se tivesse estuprado só os fãs dele.... Mas tá lucrando em cima do pobre que cozinha com bujão de mais de cem reais.
(Chico) _E ainda tem gente que defende, o que dá raiva é isso.
(Zé) _Ele tá é gastando quatro milhões no cartão, empurrando a faca.
(Chico) _E ainda, esse garimpo ilegal que ele autorizou botou fogo na aldeia.
(Zé) _ Você viu a carga apreendida que ia pra Europa, ali é traficante de colarinho branco.
(Chico) _Faltou a propina pra alguém porque tinha policial, militar do exército tudo acobertando.
(Zé) _Quantos que eles não enviaram sem ninguém saber.
(Chico) _Quatro anos de esquema.
(Zé) _ Por isso que o pastor lá do Mec cobrava logo em ouro.
(Chico) _Só tem sabido. E tudo caro.
(Zé) _Tiram mais de quem tem menos, depois tapeia com auxílio.
(Chico) _Dão com uma mão e tomam com a outra.
(Zé) _ É isso mesmo.
(Chico) _Me dá minha farinha que já vou.
(Zé) _Até pra semana!
(Chico) _Até Sábado!
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