Mais um dia de feira e José (Zé) estava com sua mercadoria pronta para ser vendida no mercado municipal na feira livre de Irará.
Francisco, (Chico) em mais um sábado vai à praça da Purificação dos Campos
fazer feira com seu bocapiu.
Mais uma manhã de sábado em Irará lá está seu Zé vendendo sua farinha e
seu feijão quando por volta das oito horas e trinta minutos chega até ele seu
freguês Chico.
(Zé) _ Bom dia Chico. Veio mais tarde hoje!
(Chico) _ Bom dia Zé. É que
estava ouvindo rádio sobre esse negócio aí desse país que diz que os
estadunidense vão invadir.
(Zé) _ Eu ‘tava’ acompanhando
também, diz que lá tem bastante petróleo e os gringo tão de olho.
(Chico) _ Estão com a desculpa
que o povo ‘tá’ passando fome, mas é conversa pra enganar tabarel. Eles mesmo
deixaram de comprar o petróleo que vinha de lá daí sem vender petróleo entra
menos dinheiro.
(Zé) _ Ganância besta
‘arretada’ eles não já tem de monte por lá, ainda quer dos outros países. E a
farinha vai querer hoje?
(Chico) _ Vou sim. Como ‘tá’ o
preço?
(Zé) _ Subiu um pouquinho. É
que a seca ‘tá’ castigando, sei nem se vai ter farinha se continuar do jeito que
‘tá’ sem chuva.
(Chico) _ É mesmo? Já vi que a
coisa tá ruim. ‘Seu’ Genuário já vendeu o gado que tinha, disse que se deixasse
lá nas terra ia tudo morrer de seca.
(Zé) _ O negócio não tá bom
não! Espero que daqui pro dia de São José caia uma chuvinha.
(Chico) _ Amém Zé! E as aulas
nada!
(Zé) _ Que nada! Os professores
ainda ‘tão’ de greve e o prefeito naquela mesma conversa de que a prefeitura
‘tá’ sem dinheiro.
(Chico) _ Nosso dinheiro e o do
povo todo deve ‘tá’ na câmara então. O povo tudo comentando do caso do vereador
desviando pra gasolina.
(Zé) _ ‘Tô’ sabendo dessa
história também. Depois eles vem com a história de que com aumento da gasolina
e do diesel não ‘tá’ dando pra abastecer o carro da escola.
(Chico) _ E a coisa só piora!
Capaz das aula volta mês que vem e não ter merenda.
(Zé) _ Não dá ideia não
Chico. Tu se lembra da vez que passou o ano inteirinho sem ter? Disseram que
foi o governo que não mandou dinheiro.
(Chico) _ Tudo é essa história
de não tem dinheiro. Lá em Brasília é o que não falta! É senador comprando
carro novo, televisão e tudo mais que eles quer.
(Zé) _ Sem contar os auxílios
moradia, paletó, não sei que, tudo pra encher o bolso deles.
(Chico) _ Bolso não. Mala!
Descobriram mais um com o quarto cheio de mala que tinha o dobro de dinheiro do
de antes. Pra completar ele ainda botava no sol pra não embolorar!
(Zé) _ Esse rebanho de ‘fio’
de rapariga lá com as sacolas cheia de dinheiro e a gente aqui sem ter o que
comer sem nem ter água pra beber. Tu acredita que tive que comprar água e não
sobrou nem pra comprar o doce de goiaba pros menino?
(Chico) _ Sei como é. Aqui na
rua que tem encanada só teve dois dias que caiu água, imagine lá nas roças que
os tanque ‘tão’ tudo já seco?!
(Zé) _ A única coisa que tá
tendo de fartura é laranja.
(Chico) _ Laranja de Brasília
não é Zé?
(Zé) _ E de onde mais!
(Chico) _ Só rindo pra não
chorar. Pior é na guerra né Zé?
(Zé) _ Não brinca não Chico,
capaz daquele doido lá colocar o Brasil no meio dessa guerra.
(Chico) _ Deus nos livre. Tem
dinheiro pra guerrear mas não tem pros aposentado. Onde que já se viu?
(Zé) _ Pois é pra pobre,
professor, agricultor, escola, hospital nunca tem dinheiro. Agora pra fazer
guerra e pra desviar sempre tem!
(Chico) _ Vou indo ali compra o
abacaxi pra Rita fazer um suco.
(Zé) _ Tomar um refresco que
o calor ‘tá’ demais né Chico.
(Chico) _ É! Até sábado!
(Zé) _ Até!
Por: Equipe do Blog
Por: Equipe do Blog
0 comentários: