1° A primeira coisa que devemos nos perguntar para entender a situação
atual do nosso vizinho é porque a Venezuela está em crise?
A crise mundial se iniciou em 2007 com os ativos teve seu início nos
Estados Unidos pela falência do banco de investimento Lehman Brothers, fundado
em 1850. Outras grandes instituições financeiras quebraram, no processo também
conhecido como "crise dos subprimes"
(Subprimes são créditos bancários de
alto risco, que incluem desde empréstimos hipotecários até cartões de créditos
e aluguéis de carros, eram concedidos, nos Estados Unidos, a clientes sem
comprovação de renda e com histórico ruim de crédito – a chamada clientela subprime).
A causa imediata da crise é a
insolvência generalizada no sistema de hipotecas imobiliárias nos Estados
Unidos. Essa crise de 2007, como outras crises capitalistas, nasceu da
especulação financeira dos empréstimos hipotecários de alto risco, deixando
vários bancos numa situação de insolvência e repercutindo fortemente sobre as
bolsas de valores de todo o mundo, mais uma vez a “bolha estourou”. No ano
seguinte os países da Europa: França, Alemanha, Áustria, já realizavam pacotes
de intervenção na economia.
A crise chegou na América Latina na década seguinte. Em 2014
seus efeitos começaram a ser sentidos como redução do Produto Interno dos
países do sul do continente, aumento do desemprego entre outros graves efeitos.
No Brasil a taxa de desemprego ultrapassa os 12 milhões.
Muitos outros países estão com altas taxas de desemprego e de pessoas na
miséria passando fome. Nos Estados Unidos são cerca de 41 milhões de pessoas em
extrema pobreza.
2° Por que então ajudar a Venezuela e não o Haiti ou até o próprio país?
Situação semelhante a da Venezuela ocorreu no Irã, a operação Ajax,
perpetrada pelo EUA e o Reino Unido contra o governo legítimo do iraniano
Mohammed Mossadegh, em 1953.
Mossadegh havia nacionalizado o petróleo iraniano, em 1951. Isso despertou
a ira de britânicos, proprietários da Anglo-Persian
Oil Company e de seus aliados norte-americanos.
A operação começou com um boicote contra o petróleo iraniano e a um cerco
econômico e comercial contra o Irã. Isso criou uma crise econômica que
ocasionou desabastecimento de produtos essenciais.
Segundo documentos da própria agência norte-americana, a CIA contratou
bandidos e mafiosos de Teerã para promover distúrbios contra Mossadegh. O resultado foi um
conflito que resultou na morte de pelo menos 800 pessoas, a maioria pelas mãos
dos mafiosos contratados pela CIA. No mundo inteiro, porém, foi difundida a
notícia de que o “ditador” Mossadegh havia “massacrado” seu próprio povo. Em
consequência, ele foi preso e condenado.
Hugo Chávez após ganhar as eleições estatizou a produção de petróleo. Tal
medida gerou um descontentamento gerando uma crise política e econômica culminando
em uma tentativa de golpe em 2002 com a participação dos Estados Unidos e seus
aliados, de olho nas riquezas minerais do país, e a própria burguesia venezuelana.
Trump bloqueou 30 bilhões de dólares de compras do petróleo Venezuelano em
contas bancarias da qual a Venezuela não tem acesso e iniciou um cerco
econômico fazendo com que o país seja desabastecido com alimentos e
medicamentos importados como insulina.
O principal interesse dos EUA é o controle das riquezas naturais,
principalmente do petróleo, mas também do gás e do ouro. (Leia mais aqui)
3° Controle da Geopolítica
Os estadunidenses tem realizado uma ofensiva conservadora na última
década, que obteve êxito na derrubada dos governos progressistas no
Brasil(2016), na Argentina e em outros países. A Venezuela resiste contra a
hegemonia americana na América do Sul. E é também um país aliado da China e da Rússia.
4°Progresso na Venezuela
Com a estatização do petróleo pela PDVSA os contratos superfaturados com
empresas capitalistas foram desfeitos. Empresas criavam fundações com foco em
uma determinada ação social, recebiam da PDVSA dez milhões de dólares para essa
fundação e colocavam um milhão em algo e embolsavam nove milhões de dólares.
Além disso houve um fortalecimento da democracia no país, não só da
representativa mas também da democracia participativa. Também redução
expressiva da pobreza e de 50% de redução da mortalidade infantil.
Investimentos em saúde e educação superior com 75 universidades públicas.
Clique aqui para ver o vídeo.
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5° Nova tentativa de golpe
A nova tentativa de golpe foi feita com ajuda interna novamente dessa vez
dos parlamentares de oposição ao governo do presidente eleito Nicolás Maduro. O
líder da oposição primeiro alegou fraude nas eleições (você já deve ter ouvido
isso de um candidato no Brasil), sendo que esse líder também foi eleito em um
processo com observadores internacionais em que o voto é direto e facultativo.
Esse oposicionista (que até então ninguém conhecia) aproveitou o apoio de
Trump e se auto proclamou presidente. Imaginem se o Cabo Daciolo candidato da
eleição passada, para presidente no Brasil subisse em um carro de som e fizesse
o mesmo?
Ocorre que o Brasil está hoje submisso as políticas do governo de Trump
cujo marqueteiro ajudou o atual presidente brasileiro a se eleger usando o
mesmo método das eleições estadunidenses: roubo de dados e fake News (notícias falsas sobre o adversário).
A ex-presidente Dilma Rousseff publicou um artigo chamando a tenção para o
desrespeito à constituição brasileira pelo atual presidente: “o Brasil abaixa a
cabeça e se submete ao interesse do governo americano em usufruir do petróleo
venezuelano e aceita trazer para o nosso continente um conflito armado,
contrariando todos os nossos princípios de não-intervenção e respeito à
soberania das nações” (Leia na íntegra).
5°.1 A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Cruz Vermelha se recusaram
a participar e condenam a “ajuda humanitária” oferecida pelo país do norte das
Américas.
No final dos anos de 1980 sob esse mesmo pretexto de “ajuda” os
estadunidenses entregaram armas a oposição para derrubar o governo sandinista.
Uma sentença da Corte de Haia em 1986 condenou os Estados Unidos por danos
causados à Nicarágua por financiar de forma escondida grupos 'contras' que
lutaram com armas contra o governo revolucionário sandinista (1979-1990).
O governo venezuelano já solicitou oficialmente
ajuda humanitária para a ONU, organização que possui esta competência. Já foi
enviada a lista dos produtos de que a Venezuela realmente precisa.
Por: Equipe do Blog
Fonte: Viomundo, Tijolaço
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