1°A
tragédia
O
rompimento se deu próximo há 13h do dia levando o refeitório e o escritório que
ficaram no caminho da lama. Foram construídos próximos e abaixo do nível da
barragem, algo sem explicação inaceitável.
Até
o momento, são 177 mortos identificados e 133 desaparecidos, de acordo
com os números oficiais. O maior acidente trabalhista da história do Brasil!
Além dos funcionários, muitos mortos são de comunidades vizinhas e vítimas que
estavam hospedadas em hotéis da região.
2°A
empresa
Companhia
Vale do Rio Doce estatal desenvolvimentista foi criada por Getúlio Vargas em
1942.
No
final dos anos 50, a Vale do Rio Doce era a mais importante mineradora do País.
No
decorrer dos anos 60 e 70, a empresa operava o novo porto de Tubarão, de
Eliezer e Marcos Vianna e era uma estatal respeitada no mundo.
A
Vale foi privatizada nos anos 90, por um valor menor do que havia em caixa no
governo de Fernando Henrique Cardoso.
A
empresa privatizada perde seu caráter desenvolvimentista e passa a ter como
prioridade dar o maior lucro possível aos seus acionistas.
3°Avisos
A
funcionária que servia café aos diretores afirmou através de vídeos divulgados
em redes sociais que os responsáveis sabiam do risco de rompimento da barragem.
Representantes
de movimentos ambientalistas na região de Brumadinho (MG) afirmam que desde
2011 vinham relatando as autoridades a possibilidade de riscos de rompimento da
barragem I da Mina do Feijão.
E-mails,
identificados pela Polícia Federal, entre profissionais da Vale e empresas
ligadas à segurança da barragem de Brumadinho mostra que, dois dias antes do
rompimento, a Vale já havia identificado problemas nos dados de sensores
responsáveis por monitorar a estrutura.
Washington
Pirete da Silva fez uma dissertação de mestrado em julho de 2010 orientado pelo
professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) Romero Cesar Gomes, no
curso de engenharia geotécnica. Nesta há um alerta de que a Barragem 1 de
Córrego de Feijão, em Brumadinho, corria risco de liquefação devido a
infiltração de água, que é um dos maiores problemas desse tipo de barragem (a
montante). Foi esse fenômeno que fez a parede da barragem, de sólida virar lama
e destroçar pessoas e estruturas.
4°
Reincidente
O
desastre que ocorreu em Mariana, também em Minas Gerais, foi em novembro de
2015 . Trata –se da Barragem do Fundão, de 106 metros, equivalente a um prédio
de 35 andares.
Foram
34 milhões de metros cúbicos de rejeitos despejados no Rio Doce, que percorreu
mais de 660 km e passou por 38 municípios e 420 mil pessoas atingidas.
Na
Barragem de Fundão da Samarco, sequer havia sirene para avisar os trabalhadores
e os povoados próximos
O
Ministério Público Federal indiciou 22 pessoas, inclusive o diretor-presidente
da Samarco, que pertencia e pertence à Vale.
O
processo ainda tramita na justiça , estamos em 2019 e ninguém foi preso!
Os
deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Minas Gerais afrouxaram a lei
depois do ocorrido em Mariana, daquela legislatura que foi eleita em 2014, dos
77 deputados estaduais mineiros, 59, ou seja, 80% da Assembleia Legislativa de
Minas Gerais recebeu, naquela campanha de 2014, doações das empresas
mineradoras.
A
mineradora Vale recebeu um total de R$ 389 milhões em multas aplicadas pelo
Ibama desde 2015. Até agora, porém, a empresa não pagou um centavo.
5°
O crime atual
Com
o rompimento da barragem, a força tarefa do corpo de bombeiros de Minas Gerais
foi enviada ao local para realizar resgates. Chegaram a salvar sobreviventes.
Militares
de bombeiros de todo o país foram enviados para ajudar no resgate das vítimas,
se reversando num trabalho difícil sobre o atoleiro dos rejeitos de minério.
Além
das 310 vítimas atingidas pela barragem da Vale, os rejeitos percorreram até
agora 147 quilômetros do leito do Paraopeba em direção ao Rio São Francisco,
contaminando dois Rios.
Já
não bastasse terem matado o Rio Doce!
Inicialmente
foram presos os engenheiros responsáveis pela liberação da barragem depois de
ouvidos e soltos a justiça determinou a prisão de quatro gerentes da empresa e
outros quatro funcionários que tinham ligação com o funcionamento da barragem.
ANM
(Agência Nacional de Mineração) estipula prazo para a eliminação de barragens
como as de Brumadinho e Mariana (a montante), em Minas Gerais e determina que
mineradoras retirem instalações industriais de zonas de risco. São 84 barragens
desse tipo no Brasil sendo 43 com risco de rompimento.
O
atual presidente da Vale, Fábio Schvartsman, que foi indicado pelo então
senador mineiro Aécio Neves, se isenta da culpa e diz que o que houve foi um
acidente. Em depoimento na câmara dos deputados disse que “a Vale é joia
brasileira que não pode ser condenada por um acidente que aconteceu numa de
suas barragens, por maior que tenha sido a sua tragédia”.
O
senado e a câmara de deputados deram início ao processo de Comissão Parlamentar
de Inquérito mista (CPI mista).
Que
dessa vez os responsáveis não fiquem impunes e que a tragédia sirva de lição
com aumento da fiscalização e punições mais rígidas em caso de descumprimento
das normas de segurança para que não votemos a ver casos como esses pelo
Brasil.
Uma
VIDA VALE mais do que qualquer dinheiro!
Por:Equipe do Blog
Fonte: Conversa Afiada.
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