O nordestino aprendeu a conviver e sobreviver a seca. Os longos períodos de estiagem costumam trazer consigo a morte da plantação e d...

Quando a Chuva cai...


O nordestino aprendeu a conviver e sobreviver a seca. Os longos períodos de estiagem costumam trazer consigo a morte da plantação e do rebanho dos pequenos agricultores.
Dentre as inúmeras coisas ruins que aconteceram nesse ano de 2019 no Brasil, das medidas governamentais, do desastre da Vale, do racismo em alta, algo de bom que aconteceu para os nordestinos, em especial os baianos, foram as chuvas.
A maioria dos municípios da Bahia tem como principal atividade econômica a agricultura familiar, assim é em Irará. Não aquela de grandes hectares de uma monocultura que será exportada, mas das pequenas tarefas que produzem o feijão, o amendoim, o milho, a mandioca, as hortaliças que são consumidos pela mesa de diversas famílias.
Portanto nesse ano de situações ruins a chuva tem sido um alento para o nordestino, ela faz prosperar as plantações, alimenta e traz renda para a maioria da população, faz o verde brotar do chão que outro dia estava seco.
Sabido é que os períodos de seca compõem o clima do semiárido e a falta de água é só um problema político, entre tantos outros que esse povo forte enfrenta.
Ao findar o ano com chuvas na região, 2019 deixa para 2020 um cheiro de esperança, que aqui é parecido com o de terra molhada. Ter esperança diante de tantos desalentos é um ato revolucionário.
Que as chuvas desse fim de ano levem o ódio e a tristeza embora, e tragam a alegria. Que façam despertar no brasileiro a esperança que contagiou a América Latina. Que tragam para o novo ano a mesma felicidade de quando cai no sertão.


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