Apesar dos
ataques que a Agencia Nacional do Cinema (Ancine) vem sofrendo por parte do
governo _que é contrário a toda manifestação cultural brasileira_ o cinema
brasileiro está se saindo bem no mundo.
O filme Bacurau
que conta uma história, num certo futuro, de um povoado que se une para
defender-se dos ataques dos inimigos estrangeiros contratados para exterminar a
população local, foi vencedor do prêmio do júri de melhor filme do festival de
Cannes.
Dirigido por Kleber
Mendonça Filho e Julianno Dornelles, a história se passa no sertão nordestino e
traz ao espectador uma grande reflexão sobre a atual situação do Brasil. Foi também
vencedor de melhor filme do Festival de Munique. Depois do sucesso em Cannes, a
produção recebeu convite para mais de 90 exibições mundo a fora.
Democracia em
vertigem, de Petra Costa, concorre ao Oscar na categoria de melhor
documentário. O filme trata do processo de impeachment de Dilma Rousseff, em
2016 que culminou na prisão de Lula para que fosse eleito um candidato de
extrema direita.
A própria diretora
que é neta de um dos fundadores da Andrade Gutierrez, uma das construtoras
investigadas por crimes de corrupção, e parente de Aécio Neves, concorrente derrotado
no pleito de 2014 por Dilma, é quem narra os acontecimentos sob seu próprio
ponto de vista.Áudios e o processo de manipulação midiático são destaque no filme,
juntamente com o risco que as democracias veem sofrendo, não só no Brasil mais
no mundo, com o avanço da extrema direita, neoliberalismo e cerceamento de
direitos.
Para quem não assistiu
é recomendável vê-los, até pra emitir uma opinião negativa é necessário
primeiro conhecer o produto. Não bastasse o reconhecimento desses dois filmes
um outro filme dirigido por um brasileiro está ganhando reconhecimento internacional.
Dois Papas, que
passou rapidamente pelos cinemas e agora está disponível na plataforma da
Netflix, foi indicado a quatro Globos de Ouro, entre eles, para melhor ator e
melhor filme de drama.
O longa
dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles, diretor de “Cidade de Deus”, a
partir do roteiro do neozelandês Anthony McCarten, “de A Teoria de Tudo”, gira
em torno de uma conversa fictícia entre o cardeal de Buenos Aires (Papa
Francisco) e o bispo de Roma (Bento XVI) pouco antes da renúncia do segundo, em
fevereiro de 2013.
Para aqueles
que possuem complexo de vira-latas e acham que só é bom o que vem de fora, ou
possuem extremo mal gosto e tem como predileções torturadores ao invés de
educadores, fica a pergunta:
Será mesmo que
o cinema brasileiro não produz nada de bom?
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