Mais uma manhã de sábado ensolarado e quente de verão
na feira livre em Irará ‘seu’ Zé está vendendo sua farinha e seu feijão, as
oito horas Chico chegou pra comprar sua farinha:
(Chico) _Bom
dia Zé! Como vai o amigo?
(Zé) _Bom
dia Chico, Bem Graças a DEUS! Já ficou sã da gripe?
(Chico) _Já,
mandei ela embora e ela foi.
(Zé) _Tu ‘tá’
sabendo da greve da Petrobras?
(Chico) _Nonato
de Juarez me falou, Diz que ontem os petroleiros venderam bujão a quarenta
reais e gasolina a três e oitenta.
(Zé) _ Era
esse o preço que o governo deveria estar vendendo se fabricasse aqui 100% do
que pode. Mas teu presidente é uma quenga vendida prefere comprar do trump.
(Chico) _ A
pois. E não bastasse isso que vender as refinarias, fechar as fabricas de
adubo, já vi que ele quer que o Brasil viva de esmolei dos estadunidenses.
(Zé) _Não
sei onde é que a gente vai parar Chico com esse cara.
(Chico) _Vamos
tudo ter que comprar gás na mão da milícia, gasolina na mão da milícia, se
duvidar até agua na mão das milícias.
(Zé) _ Não
entendi até agora a morte desse miliciano aí.
(Chico) _Queima
de arquivo, Zé. Sabia demais. ‘Tá’ feito menino?
(Zé) _Disso
eu sei Chico. Não entendi porque ele veio se parar logo na Bahia, será que o
dono do sítio é só vereador ou faz parte do bando das milícias do Rio.
(Chico) _É
capaz até de ser parente do que morreu, ou da viúva e ninguém sabe.
(Zé) _Tomara
que descubram os podres dessa quadrilha a tempo.
(Chico) _ Tomara.
Agora com essa queima de arquivo estou seguro de que o filho dele participou da
morte da vereadora.
(Zé) _ Isso
está cada vez mais na cara, Chico só não vê quem é cego.
(Chico) _E o
pior cego é aquele que não quer enxergar.
(Zé) _Esse
juiz mesmo não passa de um capanga de ‘coroné’ das milícias.
(Chico) _Pois é,
ia salvar o Brasil, acabar com corrupção, não sei que. Moro freou os outros pra
ele só poder roubar, agora está com os bolsos cheios.
(Zé) _Bandido
é ele. Mas do que o chefe.
(Chico) _E
ainda pra piorar o outro que entrou é mais um militar. Aquele que ficou na
intervenção do Rio de Janeiro.
(Zé) _Que
Rio de Janeiro é esse Chico que só dá bandido?
(Chico) _Dá até
dó do povo do Rio, nem mais água o povo lá tem direito de beber.
(Zé) _Eles
sofrem, mas foram eles que escolheram essa família no poder há 28 anos.
(Chico) _Agora
está aí o resultado.
Me dá minha farinha e dois litros de feijão.
(Zé) _ Pronto,
esse aqui é da terra, não é das milícias não.
(Chico) _Até
sábado Zé.
(Zé) _ Até.
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