Quinta-feira manhã ensolarada, feira antecipada devido ao feriado da sexta-feira, ainda no isolamento social brasileiro, ‘seu’ Zé estava vendendo sua farinha e seu feijão na feira e o freguês Chico chegou pra comprar e prosear:
(Zé) _Bom dia.
(Chico) _Bom dia Zé, como tu ‘tá’?
(Zé) _ Vou bem. E tu?
(Chico) _Vou indo, aguardando a minha vez de tomar a vacina.
(Zé) _Próximo vez já deve chegar tua idade.
(Chico) _E tu viu a ‘descaração’ dessa troca de ministros?
(Zé) _ Vi sim, essas coisa é combinada. Ia tirar um, tirou três, daí a pouco mudou mais três de lugar.
(Chico) _E depois o chefe do exército, marinha e aeronáutica, saíram acompanhando o outro.
(Zé) _Tudo na véspera do dia do golpe.
(Chico) _Na véspera da promoção, já estava certo quem ia ser demitido quem ia ser promovido.
(Zé) _Então coincidiu as datas?
(Chico) _Coincidiu nada, tudo armado.
(Zé) _Mas fica na cara que o negócio foi combinado.
(Chico) _E foi isso mesmo.
(Zé) _Isso deve ter sido pra esconder a semana que mais tiveram mortes.
(Chico) _A pandemia ‘tá’ aí matando e ele inventando ‘pataquada’ de golpe pra tirar o foco das notícias.
(Zé) _ Eu sei que não adianta ele se sair porque o apelido já pegou, todo mundo ‘tá’ chamando ele de genocida.
(Chico) _E o exército também tem culpa. Querem fingir que estão brigados, mas o ministro da saúde era um general.
(Zé) _ E também eles continuam ocupando ministério no governo.
(Chico) _Fora isso tem mais d dez mil oficias do exército que estão mamando nas tetas do governo.
(Zé) _Agora pro pobre desempregado o auxílio é só cento e cinquenta reais.
(Chico) _O governo dele só é bom pra ele e pro exército.
(Zé) _E os filhos dele.
(Chico) _Me dá mina farinha que já vou. Vim comprar o peixe e a rua ‘tá’ é cheia.
(Zé) _O pior é que tem é gente sem máscara.
(Chico) _Um ano e o povo não aprendeu. Tchau.
(Zé) _ Até pra semana.
(Chico) _Até.
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