Depois de uma sexta feira chuvosa, uma manhã de sábado com chuvas em Irará e lá está seu Zé vendendo sua farinha e seu feijão. Por ...

DIA DE FEIRA



Depois de uma sexta feira chuvosa, uma manhã de sábado com chuvas em Irará e lá está seu Zé vendendo sua farinha e seu feijão. Por volta das oito horas chega até ele seu amigo e freguês de sempre Chico.
(Chico) _ Bom dia Zé! Como vai a família?  
(Zé) _ Bom dia Chico!  Bem. E tu chico como vai?
(Chico) _ Estou bem também, graças a DEUS!
(Zé) _ E dona Bina e seu Marcos?
(Chico) _ ‘Tão’ bem também.
(Zé) _ ‘Tô’ pensando em comprar uma arma pra mim. Agora ‘tá’ liberado quem mora na zona rural ter....
(Chico) _ ‘Tá’ bestando é Zé? Quer matar quem? Que eu saiba arma foi feita pra matar não pra se defender.
(Zé) _ ‘To’ brincando Chico! Onde que achei cinco mil, dez mil pra comprar uma arma? Eu com um dinheiro desses comprava mais uma tarefa pra plantar maniva.
(Chico) _ Ah bom... Pensei que ficou louco igual seu presidente. Agora liberou pra político, caminhoneiro, repórter, liberou pra todo mundo.
(Zé) _ Todo mundo não! Pra quem pode comprar. Ele e a milícia dele. Esse miserável tirou dinheiro das universidades e ainda quer que esse povo todo tenha arma. Pense aí.
(Chico) _ Repare bem, se eles lá em Brasília tivesse arma se um não se matariam eles mesmo na hora que quisesse a propina e o outro não desse?
(Zé) _ Só tem dois que vão se dá bem nessa história: o que fabrica arma e vende bala e o vendedor de caixão. 
(Chico) _ Nem fale. Que Nossa Senhora olhe por esse Brasil. 
(Zé) _ Já botaram a justiça no meio pra impedir, tomara que tirem esse decreto de doido.
(Chico) _ Como é que pode tanta gente morrendo de tiro, bala perdida, lá no Rio todo dia tem tiroteio e esse homem quer vender arma e bala. Como que ele vai acabar com a violência desse jeito?
(Zé) _ Aquilo é um desmiolado!
(Chico) _ Passa pra cá minha farinha, que semana que vem não pago mais.
(Zé) _ E vai levar de graça?
(Chico) _ Vou vim fazer feira armado se não me venderem meto bala.
Sorriram os dois. Chico colocou sua farinha no bocapiu e seguiu fazendo sua feira ao se despedir do amigo feirante que brincou.
(Zé) _ Então eu vou trazer logo uma bazuca.
(Chico) _ Até sábado!
(Zé) _ Até! E vá em Paz, chega de guerra. 

Por: Equipe do Blog

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