Sexta-feira após madrugada bastante chuvosa ainda em meio a pandemia com máscaras, ‘seu’ Zé estava vendendo sua farinha e seu feijão na feira e o freguês Chico chegou pra comprar e prosear:
(Zé) _ Bom dia Chico teve chuva de novo.
(Chico) _Bom dia Zé. Ainda bem, o ano tem sido bom em termo de chuva.
(Zé) _A colheita foi boa, semeando com chuva, graças a Deus por que essa pandemia...
(Chico) _Nem fale Zé, olha aí a segunda onda, Feira de Santana já está com a UTI lotada.
(Zé) _O povo também descuida tudo sem máscara na rua.
(Chico) _E fazendo farra, é bar, é paredão é festa tudo aglomerado.
(Zé) _Tanto os jovens como os mais velhos estão esquecidos do que é uma doença fatal.
(Chico) _Nem fale Zé. E o Amapá tu viu como os casos subiram? O povo mais de vinte dias sem luz.
(Zé) _ Nunca vi tanto descaso no Brasil, nem com a dengue, nem com a meningite, nunca vi, deixar um estado inteiro sem eletricidade no meio de uma crise sanitária.
(Chico) _O sujeito que o povo escolheu pra ser presidente torce é pala doença.
(Zé) _ Sem contar que essa semana ainda mataram um cara no supermercado.
(Chico) _Precisava espancar daquele jeito? Só porque o rapaz é nego.
(Zé) _Se fosse um branco endinheirado não iam nem parar nomeio das prateleiras, quanto mais bater.
(Chico) _Pois é! Ainda vai o vice-presidente e diz que aqui não tem racismo.
(Zé) _Queria ver se ele fosse negro ele iria ser general nem muito mesmo vice presidente.
(Chico) _Esse país tá uma vergonha.
(Zé) _Tem que dá logo um jeito naqueles dois.
(Chico) _A pois. Me dá minha farinha que já vou.
(Zé) _Até pra semana.
(Chico) _Até.


0 comentários: