Sexta-feira manhã nublada, ainda no isolamento social brasileiro, ‘seu’ Zé estava vendendo sua farinha e seu feijão na feira e o freguês Chico chegou pra comprar e prosear:
(Zé) _Bom dia Chico! Como vai?
(Chico) _Bem, com saúde o resto a gente vai atrás. E tu?
(Zé) _ Vou bem graças a Deus. O sol apareceu, que também muita chuva ia perder o feijão.
(Chico) _E a vacina já tomou.
(Zé) _ Vou ir tomar semana que vem. Diz que vai chegar mais dose amanhã.
(Chico) _E tem demorado. Se liberassem mais outras já era mais vacina.
(Zé) _ Isso é. Mas o governo deve liberar porque a CPI da Covid ‘tá’ apertando a mente deles.
(Chico) _ Tu viu que o general arregou?
(Zé) _ ‘Tão’ tudo com medo. Tu acha que eles não tem consciência de que cometeram um crime?
(Chico) _ E muita, sabem que pode dar cadeia. Já eram pra estar preso só com o que teve em Manaus.
(Zé) _ E os remédios pra matar, infarto e anemia pro povo morrer mais ligeiro.
(Chico) _Sem contar as vacinas. Se tivesse comprado não tinha chegado a 400 mil mortes.
(Zé) _E também não tinha mais essa conversa de quebrar economia, porque todo mundo vacinado volta a reabrir tudo, volta turismo e tudo mais.
(Chico) _O caso é que o povo ‘tá’ com medo da doença. Quando os maiores de vinte tiver se vacinado vão fazer igual na Colômbia.
(Zé) _O presidente de lá botou o exército para matar o povo, atirando mesmo, tu acha que ele não faz o mesmo aqui.
(Chico) _Fazer ele faz, mas ninguém vai ficar acuado depois da vacina esperando eleição. Não é possível que isso vá se suceder.
(Zé) _ ‘Tô’ na torcida pra que a CPI termine no impedimento.
(Chico) _Seria um sonho. Me dá minha farinha que já vou.
(Zé) _ Sonhar ainda é de graça.
(Chico) _E ainda pode sonhar.
(Zé) _ Que Deus te ouça e ele saia antes da eleição.
(Chico) _Vai sair a melhor coisa pós pandemia.
(Zé) _Até pra semana.
(Chico) _Até!
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