“Dólar alto é bom”, Com dólar barato “tinha empregada doméstica indo pra Disney”, essas são algumas das frases ditas pelo Ministro da Economia Paulo Guedes. Ele só não explicou que o dólar alto é bom pra ele que possui milhões de dólares em paraísos fiscais e ruim pro Jeferson da periferia, que trabalha de entregador por aplicativo, não recebe salário completo nem décimo terceiro e nem sequer tira férias mas paga em dólar a gasolina que ele abastece.
Revelações feitas com o caso dos “Pandora Papers”, no domingo (3/10), projeto do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), formado por mais de 600 repórteres de 151 veículos em 117 países e territórios, mostram que Paulo Guedes, ganhou* R$ 14 mil por dia com a alta do dólar ao longo dos 1.004 dias em que esteve à frente do ministério da Economia. O cálculo foi feito pelo portal R7.
Simplesmente o responsável pela taxa básica de juros (Selic), pelo controle da inflação e indiretamente responsável pelo valor da cotação do dólar (intervenção do Banco Central) juntamente com o outro responsável pela macroeconomia do Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, possuem contas offshores lucrando com o dólar alto.
Segundo os documentos, Guedes criou a Dreadnoughts International Group em 2014, nas Ilhas Virgens Britânicas. Naquele ano possuía pelo menos 8 milhões de dólares investidos na companhia, registrada em seu nome e nos de sua mulher, Maria Cristina Bolívar Drumond Guedes, e filha, Paula Drumond Guedes. Esse número subiu para 9,5 milhões de dólares no ano seguinte, segundo os documentos.
Não só pela questão ilegal da exigência dos ocupantes desse cargo terem que se desligar de empresas, tanto no Brasil como no exterior, ambos fazem parte do governo de Jair Bolsonaro desde o começo por apoiarem os bons costumes e serem contra a corrupção.
O Brasil de Fato publicou um gráfico feito por Lagom Data sobre as declarações do ministro e a alta da moeda. Uma verdadeira farra do dólar! Enquanto o Ministro lucra os trabalhadores que recebem em real (30 vezes menos do que Guedes) pagam os combustíveis e o gás em dólar. (Veja)
A lista segue com o nome dos outros empresários brasileiros que guardam seus dólares no exterior, curiosamente apoiam Jair Bolsonaro e dizem que quere “o Brasil acima de tudo”. Em novembro de 2020, a organização TaxJustice Network (Rede Internacional de Justiça Fiscal, em português) estimou que paraísos fiscais “tiram” do Brasil cerca de US$ 15 bilhões ao ano – o equivalente a 80 bilhões de Reais.
1_A família do bilionário Rubens Menin, dono da construtora MRV, do Banco Inter e sócio da emissora CNN Brasil. Eles aparecem na lista três offshores: a Costelis International Limited, a Remo Invest Limited e a Sherkhoya Enterprises Limited.
2_Os irmãos Pedro e Alexandre Grendene Bartelle, donos das gigantes do setor de calçados Grendene e Azaleia, também teriam três offshores, segundo o Pandora Papers: AGB, PGB San Marino USA e PBCW San Peter USA.
3_ Os irmãos Andrea, Eduardo e Fernando Parrillo, que controlam a Prevent Senior. Eles são detentores de quatro offshores: a Shiny Developments Limited, a Luna Management Limited, a Hummingbyrd Ventures Limited e a Grande Developments Limited.
4_Flavio Rocha, da Riachuelo, aparece como diretor da offshore Cruzcity Holdings. A diretora titular é a esposa dele, Anna Claudia Klein Rocha.
5_A família Moll, da rede de hospitais privados D'Or, teria duas empresas offshore: a PEEPM Group e a Vega IC.
6_José Roberto Lamacchia e Leila Pereira, da Crefisa, aparecem como proprietários da offshore Koba Investors Limited.
*O cálculo do valor que lucrou com as oscilações do câmbio desconsidera a possibilidade de o ministro ter enviado dinheiro à empresa no exterior depois de assumir o ministério.

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