A Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie) organizou uma greve geral contra o preços dos combustíveis no país e o desemprego, como reação o governo decretou estado de sítio no dia 20/06 em 24 províncias do país e ordenou toque de recolher, mesmo assim os grupos indígenas do país continuaram com os protestos.
Além do preço da gasolina, os manifestantes indígenas exigiram a renegociação da dívida dos trabalhadores rurais e também lutaram contra o desemprego e a concessão para as mineradoras em terras indígenas.
A Conaie iniciou uma paralisação nacional no dia 13 de junho para pressionar o governo por uma agenda de dez pontos, que incluem subsídios aos combustíveis, oferta de empregos, fim da mineração nos territórios indígenas, maiores investimentos em saúde e educação, e a garantia de que não haverá privatização de novos setores da economia.
Após 18 dias de paralisação nacional, a Confederação as partes concordaram com a diminuição do preço da gasolina, a revogação da política de paridade de preços dos combustíveis e o fim dos bloqueios de rodovias.
Conforme o Brasil de Fato: “O acordo prevê que o governo diminua em 15 centavos o preço da gasolina e do diesel, garanta um subsídio de 50% no valor dos fertilizantes a pequenos agricultores e revogue o decreto executivo 95, que determina a política de paridade de preços internacionais para os hidrocarbonetos - similar ao adotado pela Petrobras desde o governo Temer. O presidente Guilherme Lasso também prometeu reformar o decreto 151, que dá brechas para a mineração em território indígena.
Dessa forma, o preço final da gasolina será de US$ 2,40 (cerca de R$ 12,50) o galão de 4,5L e do diesel US$ 1,95 (pouco menos de R$ 10) - os dois produtos tiveram aumento de 37% e 65% respectivamente durante 2022.” Lasso anunciou um aumento US$ 50 (R$ 257) para US$ 55 (R$ 283), no auxílio para pessoas de baixa renda. Ele também ordenou o perdão dos empréstimos com o banco local, abaixo de US$ 3.000 (R$ 15.500).
A negociação só aconteceu depois que o governo derrotou o pedido de impeachment defendido pela bancada opositora na Assembleia Nacional. Os deputados da União pela Esperança (Unes) defendiam a destituição de Guillermo Lasso pela crise política desatada no país.
Enquanto isso no Brasil onde a inflação e o aumento dos combustíveis gerado pela mesma Política de Paridade de Preços tem jogado milhões de brasileiros na extrema pobreza e em situação de fome, a principal recomendação das lideranças de esquerda que são oposição ao governo recomendam apenas esperar a eleição em outubro.
Senadores apoiaram o pacote de auxílios, erroneamente chamado pela grande mídia de “PEC de Bondades”, por 72 votos a 1. Serão 42 bilhões de reais para reforço de Auxílio Brasil (mais 200 reais/mês por pessoa), de Auxílio Gás (mais meio botijão por mês), de um auxílio caminhoneiro (mil reais/mês), de um auxílio taxista (a ser definido).
Uma proposta que visa apenas uma compra legal de votos antes da eleição. A medida não é para aliviar a crise mas para aumentar a popularidade do presidente entre os mais castigados pelo seu governo os que recebem menos de dois salários mínimos.
Os trabalhadores não se organizam para fazer uma greve geral como no Equador. Tivemos no governo de Jair Bolsonaro algumas categorias que se mobilizaram como os petroleiros, servidores do INSS, da Receita Federal em paralisações isoladas por salários e direitos trabalhistas, somente isso. Os caminhoneiros principais prejudicados apenas esperam o auxílio ou a eleição.



0 comentários: