O Brasil continua sendo o paraíso dos banqueiros, nenhuma indústria nem um setor de serviço lucra mais do que os bancos. O sistema financeiro tem sido responsável pela continuidade e aumento da diferença entre os que mais possuem e os que nada tem, milionários e pobres.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu (em 20/09/2023) reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira, Selic, de 13,25% ao ano para 12,75% ao ano. O corte de 0,5 ponto é o segundo seguido anunciado pelo órgão.
A Selic é usada para correção monetária da dívida pública do país. Seu corte em 0,5 deve gerar uma economia de R$ 22 bilhões no pagamento dessa dívida, segundo o BC. O que é pouco considerando que o país não consegue pagar o valor principal pagando apenas os juros.
Como pode o Brasil que ainda não saiu da crise, devido pandemia, desemprego, etc., remunerar em 12,75% a compra de títulos públicos? Enquanto propagam a falácia do MEI (micro empreendedor individual) destruindo as sociedades, pregando o individualismo, o que de fato dá lucro é o sistema financeiro.
Muitos empresários não lucram 10% quem dirá 12,75% ou seja mais vale investir em títulos do que abrir uma empresa e gerar empregos.
De acordo com o próprio BC, a cada 1 ponto percentual de aumento da Selic, a dívida pública aumenta R$ 44,4 bilhões
No início do mês a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que fixa um teto de 100% para os juros do rotativo do cartão de crédito e também a regulamentação do programa de renegociação de dívidas do governo “Desenrola”. Agora, o texto segue para análise do Senado e, se aprovado, vai para sanção presidencial. Durante a votação simbólica, apenas o partido Novo orientou contra o projeto.
O projeto estabelece que os juros cobrados não podem ultrapassar o valor total da dívida — ou seja, o encargo máximo cobrado será de 100% do montante devido. Conforme o Banco Central, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão atualmente é de 445,7% ou seja mais que quatro vezes o valor devido.
100% ainda é um valor alto o dobro da dívida, se uma pessoa passar a dever mil reais por atraso na parcela do cartão poderá pagar a depender do prazo dois mil reais ao banco.
Os valores atuais dos juros mostram apenas uma melhoria, longe de ser o ideal para um país cuja constituição tem como objetivos erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais.
Em 2022, os gastos do governo federal com o pagamento de juros e amortizações da dívida pública somaram R$ 1,879 trilhão, de acordo com a organização Auditoria Cidadã da Dívida (ACD). Isso consumiu 46,3% do Orçamento Federal.
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