O que dizer
sobre a tentativa do Senador Cid Gomes ao tentar restaurar a ordem em Sobral
após o Ceará ficar nas mãos de um grupo de pm amotinados num verdadeiro estado
de anomia...
O Senador Cid
convocou seus seguidores a irem com ele pela cidade restabelecer a rotina
local. Os comerciantes tinham fechado as portas ameaçado por um grupo de pm
encapuzados, agindo no modo miliciano, como agem as milícias no Rio de Janeiro.
Ao saírem no
ato esse grupo de milicianos, que havia esvaziado o pneu das viaturas para
impedir os policiais de trabalharem, se sentiu intimidado e ocuparam o batalhão
como se estivessem num forte de guerra.
Ao Senador deu
a eles cinco minutos para esvaziarem as vias públicas e a resposta foi um soco.
Após isso a sequência de vídeos postado por seguidores mostra o Senador Cid,
que estava desarmado, numa retroescavadeira forçando a entrada no batalhão e
sendo alvejado por dois tiros.
Sobral é uma
cidade governada por Ivo Gomes irmão de Cid e de Ciro. A major Fabiana,
deputada federal (PSL-RJ) e o capitão Alberto Neto, também deputado federal
(Republicanos-AM) estavam no Ceará quando o motim dos PMs contra o governo foi
iniciado, no dia anterior, a deputada é defensora de Carlos Bolsonaro e das
milícias.
A deputada
Fabiana e o seu colega Alberto foram com o deputado capitão Wagner (Pros-CE) a
uma delegacia de Sobral para fazer um boletim de ocorrências contra Cid Gomes. O
capitão Wagner é um dos favoritos na disputa eleitoral pela Prefeitura de
Fortaleza em 2020. Precisa dizer
mais alguma coisa?
Qual o real
interesse desses motins?
Ciro Gomes
concedeu nesta uma entrevista coletiva e soltou o verbo: "Isso não está
isolado do que acontece no Brasil. Temos no momento a destruição do Estado
Democrático de Direito, liderada por um presidente boçal, canalha, de uma
família de canalhas. Se algum policial apertou o gatilho, não faria isso se não
fosse esse clima de absoluto desrespeito às regras da convivência democrática, claramente
estimulado pelo presidente da República e por sua família de canalhas".
Disse ainda
que: "Infelizmente, só tem uma saída depois desse quadro de anarquia: a
repressão. Querem trazer para o Ceará o Rio de Janeiro, com apoio de Jair
Bolsonaro, o homem que está estabelecendo no Brasil uma República de
canalhas".
Ciro também leu
o movimento do motim e disse que atribui essa situação "à absoluta
impotência dos poderes constituídos em fazer a Constituição Federal e a lei
serem respeitadas no Brasil e a um canalha que transformou a República
brasileira em uma república de canalhas que se chama Jair Messias
Bolsonaro".
Ciro também
defendeu a atitude do irmão no enfrentamento à greve ilegal. "A minha
pergunta: se enfrenta fascismo com flores ou com lacração de internet? Não foi
a omissão dos políticos e a sua irresponsabilidade que permitiram o avanço da
facção criminosa?"
Ainda alertou a
mídia, que fica bajulando e recebendo maus tratos do capitão Jair, “Vocês,
jornalistas, vão ser os primeiros. As primeiras vítimas do fascismo vão ser
vocês”.
Onde se quer
chegar com esses motins?
Não esqueçamos
do motim que ocorreu em 2012 aqui na Bahia! Foi no final de Janeiro, também num
ano eleitoral no dia 31 de
janeiro PMs entraram em greve por tempo indeterminado na Bahia. Naquela semana
queimaram ônibus, depredaram lojas, roubaram carros, foi necessária atuação do
exército. Após prisão dos líderes do motim e oito dias de caos instalados por
essa pequena facção a rebelião foi encerrada.
E se isso virar
rotina nos estados?
Os milicianos não estão agindo na inocência,
nem por salários. O real interesse é político, não só eleitoral, o perigo é que
uma crise se espalhe nos estados, com policiais armados em aterrorizando a
população, vire ingrediente para uma situação propícia a aventuras e golpes
militares com desculpa do exército ocupar as ruas.
É necessário
que os governadores fiquem atentos e a partir de pontas como essas pequenas
lideranças cheguem até todos os cabeças das milícias brasileiras, formada por
bandidos fardados que ousaram assaltar o Estado por dentro.
NOTA: O governo
do Ceará informou nesta quinta-feira 20/II que foram instaurados 300 Inquéritos
Policiais Militares para apurar atos de vandalismo e insubordinação por parte
dos policiais militares amotinados. Segundo nota oficial do governo de Camilo
Santana (PT), os culpados sofrerão punições previstas em lei e serão excluídos
da folha de pagamento deste mês.
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