Sexta-feira manhã ensolarada ainda no isolamento social ‘seu’ Zé estava vendendo sua farinha e seu feijão na feira e o freguês Chico chegou pra comprar e prosear:
(Chico) _Bom dia Zé, como tem ido de quarentena?
(Zé) _Bom dia Chico, vou indo, essa semana mesmo nem ia vim na rua?
(Chico) _Por que Zé?
(Zé) _Os casos aumentando, o perigo de pegar essa doença. Mas não tem outro jeito, vivo do dinheiro da minha roça então vim.
(Chico) _Mas tá fazendo medo mesmo. Depois do São João aumentou em tudo quanto é cidade.
(Zé) _Se um monte de gente não está nem aí.
(Chico) _Eu mesmo só venho ne rua fazer a feira. Como mãe já é idosa não deixo ela sair, compro os remédios, as coisas dela tudo.
(Zé) _É o certo. Se todo mundo tivesse consciência, se os governantes agissem pro bem.
(Chico) _Teu presidente mesmo pegou o vírus será que agora ele vai acreditar?
(Zé) _Aquela mente maligna? Ele vai sair dizendo por aí que é só uma gripe.
(Chico) _Pior que é. O da Inglaterra também dizia isso, depois que foi pra UTI e quase morreu, acreditou e quis combater a doença.
(Zé) _E a maioria do povo pensa isso daí. Depois que morre um parente é que passa a acreditar.
(Chico) _Não sei que povo sem consciência é esse daqui do Brasil, tanto a população como os políticos.
(Zé) _É o mesmo povo que elegeu esse daí, ‘talquei’.
(Chico) _Essa doença veio pra ensinar o povo ater consciência que ninguém é dono do mundo, é todo mundo no mesmo barco e quem manda é Deus.
(Zé) _Pois é isso mesmo Chico; espero que fechem logo tudo e parem de achar normal morrer tanta gente.
(Chico) _Tomara Zé. Vou indo até semana que vem.
(Zé) _Até pra semana.


0 comentários: