O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou em outubro uma nota na qual a Corregedoria da Justiça Eleitoral recebeu informações sob...

Exército digital


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicou em outubro uma nota na qual a Corregedoria da Justiça Eleitoral recebeu informações sobre quatro empresas que teriam sido contratadas durante a campanha eleitoral de 2018 para fazer disparos em massa de mensagens via WhatsApp.

As empresas e seus respectivos sócios foram denunciados por seis companhias telefônicas (Vivo, Claro, Tim, Nextel, Sercomtel, Nextel e Sercomtel) segundo reportagem do UOL. São elas: Quick Mobile Desenvolvimento e Serviços Ltda., Yacows Desenvolvimento de Software, Croc Services Soluções de Informática e SMSMarket Soluções Inteligentes.
O WhatsApp é um dos aplicativos investigados na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, que teve início no final de outubro (dia 30). No início do mês, dia 8, o gerente de políticas públicas do WhatsApp, Ben Supple admitiu o alto impacto dos disparos em massa enviados na eleição de 2018.
O WhatsApp informou, em ofício enviado à CPMI das FakeNews, que baniu mais de 400 mil contas no Brasil durante a campanha eleitoral de 2018.d Os usuários foram derrubados pelo aplicativo entre 15 de agosto e 28 de outubro de 2018 (período da campanha) devido o disparo de mensagens de forma automatizada.
A CPI das Fake News também convocou representantes do Facebook, Twitter, Google e Youtube para uma audiência pública, os executivos das operadoras Claro, Nextel, Oi, Tim e Vivo também deverão prestar depoimento.
Ocorre que a onda de desinformação e manipulação não param por aí e se estendem nos processos eleitorais de toda América Latina, na Argentina a favor de Macri, na Bolívia contra Evo Morales, No Uruguai contra o partido da Frente Ampla.

Foram denunciados na imprensa uso do aplicativo WhatsApp enviando Fake News com código telefônico do Brasil. Assim como Bolsonaro utilizou (e ainda usa) contas de aplicativos como esse e outros (Twitter), em países como Espanha, Israel para disseminar mentiras e subir hashtag atacando adversários, o uso dessas tecnologias dispensa fronteiras territoriais.
A prática foi introduzida e difundida pelo marqueteiro Stephen Kevin "Steve" Bannon que se diz acesso político de Trump. Foi fundamental a utilização dessa retórica para eleição de Donald e posteriormente o “seu Jair” aqui no Brasil.
Aliado ao lawfare (termo que pode ser entendido por guerra jurídica) o uso da notícias falsadas disseminadas em massa com uso de programas de computador, que se tornaram um verdadeiro exército digital, são totalmente eficazes para derrubar governos e troca-los por regimes neoliberais aliados com os interesse imperialistas dos estadunidenses.
É a chamada "guerra híbrida", uma estratégia diplomática e militar que se utiliza de métodos como controle de meios de comunicação, redes sociais, lawfare e notícias falsas para garantir a queda de um governo.
A guerra jurídica (lawfare) foi iniciada em 2009 com o projeto pontes, cooperação do sistema judicial entre o Brasil e os Estados Unidos, que culminou com a mudança de leis e o uso da Operação Lava jato que permitiu o golpe em 2016.
O golpe ganhe um disfarce de justiça, com o apoio da mídia e da elite que trai a soberania de seu país em troca de continuarem bilionários. É o que está ocorrendo hoje no Brasil e em toda América Latina. Seria a Operação Condor da ditadura repaginada na era virtual.
Em um intervalo de dez anos, o continente latino-americano passa por um golpe de Estado. Após Honduras, Paraguai e Brasil (2016), agora é a Bolívia que tem sua ordem constitucional quebrada, ainda com participação das forças armadas.
Não é coincidência o golpe militar na Bolívia (após fracasso do golpe eleitoral com uso de fake News) em seguida a invasão da embaixada Venezuelana no Brasil em pleno encontro dos BRIC (Grupo dos países Brasil, Rússia, Índia e China). O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou que " há uma linha de comando entre o presidente do Brasil e as pessoas que estavam nessa embaixada" em entrevista ao UOL na semana passada.


Fonte: UOL, Conversa Afiada.

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