Sexta-feira manhã com sol, ainda no isolamento social ‘seu’ Zé estava vendendo sua farinha e seu feijão na feira e o freguês Chico chegou pra comprar e prosear:
(Chico) _Bom dia Zé, como vai a força?
(Zé) _Bom dia Chico, vou bem e você?
(Chico) _ Vou indo Zé, continuo em casa só venho na rua fazer a feira e pronto.
(Zé) _ É o certo. Se continuar essa doença aumentando por aqui eu paro de vim montar a barraca.
(Chico) _Eu também paro de vim o pessoal não ‘tá’ levando muito a sério mas já são mais de 40 mil mortes.
(Zé) _ Nem fale Chico, lá pela roça mesmo tem gente que nem liga de usar as máscaras.
(Chico) _E essas cidades com caso aumentando abrindo o comércio sendo que a doença nem chegou no pico.
(Zé) _O povo é que é doido vai comprar presente de namorado depois namora com o caixão.
(Chico) _Só se for Zé, muita gente sem consciência.
(Zé) _ Falando nisso o maluco lá, nomeou ministro das comunicações e não nomeou da saúde ainda.
(Chico) _Pra você ver as prioridades dele. Deve continuar o general que esconde números.
(Zé) _Nunca vi tanto descaso. E diz que aqui vai ter toque de recolher domingo em diante.
(Chico) _Não sei pra quê se isso não adianta. As pessoas só se contaminam de noite é?
(Zé) _Deve ser pra parar de ter farra em bar essas coisas. Candeias mesmo isso não deu jeito. Tiveram que trancar tudo.
(Chico) _Agora veja precisa chegar nisso? O povo não já sabe que é pra sair só pra trabalhar e pronto?
(Zé) _ Tem gente que só acredita quando um familiar vai pra UTI quando nada pro cemitério.
(Chico) _Pois é. E esse amendoim aí? Vou querer dois litros.
(Zé) _Arranquei essa semana.
(Chico) _Vou indo, já fiz minha feira rua agora só de hoje a oito. Até!
(Zé) _ Até Chico, dê lembrança ao seu povo lá.


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