Sábado manhã ensolarada, ainda no isolamento social brasileiro, ‘seu’ Zé estava vendendo sua farinha e seu feijão na feira e o freguês Chico chegou pra comprar e prosear.
(Zé) _ Bom dia! Como vai?
(Chico) _Bom dia! Vou bem, e o amigo?
(Zé) _Vou bem graças a Deus. Com chuva ainda melhor.
(Chico) _Choveu a semana inteira, já 'invernou'.
(Zé) _Nem acabou o verão mas já chegou o frio e o sereno.
(Chico) _Ruim é pra os lugares onde ainda tem guerra.
(Zé) _E aqui ainda tem farinha natural sem veneno.
(Chico) _Nem fale aquele protesto todo contra desmatamento e agrotóxico e o governo vai liberar garimpo nas tribos.
(Zé) _Esse governo quer matar o povo. Quem não morreu pelo vírus ou vai morrer de fome ou envenenado.
(Chico) _E o pior é que não tiraram ele porque os poderosos apoiam.
(Zé) _Apoia porque ‘tá’ tudo com o bolso cheio e ganhando mais.
(Chico) _Verdade. Só esse aumento da gasolina o presidente da Petrobras e os acionista vão ganhar bilhões.
(Zé) _E o povo é quem vai pagar a conta. O preço do gás mesmo, o povo tá voltando pra lenha.
(Chico) _Esse governo é um retrocesso total. Um absurdo deixarem ele concorrer à reeleição.
(Zé) _Se tivesse justiça mesmo ele e aquele Moro já estariam no xadrez.
(Chico) _Justiça é só no lombo do pobre.
(Zé) _Além da conta pra pagar.
(Chico) _Me dá minha farinha que já vou.
(Zé) _Até pra semana!
(Chico) _Até!
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