Sábado manhã ensolarada, ainda no isolamento social brasileiro, ‘seu’ Zé estava vendendo sua farinha e seu feijão na feira e o freguês C...

Dia de Feira 159


Sábado manhã ensolarada, ainda no isolamento social brasileiro, ‘seu’ Zé estava vendendo sua farinha e seu feijão na feira e o freguês Chico chegou pra comprar e prosear.

(Zé) _ Bom dia! Como vai?

(Chico) _Bom dia! Vou bem, e o amigo?

(Zé) _Vou bem graças a Deus. Com chuva ainda melhor. 

(Chico) _Choveu a semana inteira, já 'invernou'.

(Zé) _Nem acabou o verão mas já chegou o frio e o sereno.

(Chico) _Ruim é pra os lugares onde ainda tem guerra.

(Zé) _E aqui ainda tem farinha natural sem veneno.  

(Chico) _Nem fale aquele protesto todo contra desmatamento e agrotóxico e o governo vai liberar garimpo nas tribos.

(Zé) _Esse governo quer matar o povo. Quem não morreu pelo vírus ou vai morrer de fome ou envenenado.

(Chico) _E o pior é que não tiraram ele porque os poderosos apoiam.

(Zé) _Apoia porque ‘tá’ tudo com o bolso cheio e ganhando mais.

(Chico) _Verdade. Só esse aumento da gasolina o presidente da Petrobras e os acionista vão ganhar bilhões.

(Zé) _E o povo é quem vai pagar a conta. O preço do gás mesmo, o povo tá voltando pra lenha.

(Chico) _Esse governo é um retrocesso total. Um absurdo deixarem ele concorrer à reeleição.

(Zé) _Se tivesse justiça mesmo ele e aquele Moro já estariam no xadrez. 

(Chico) _Justiça é só no lombo do pobre.

(Zé) _Além da conta pra pagar.

(Chico) _Me dá minha farinha que já vou.

(Zé) _Até pra semana!

(Chico) _Até!

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