Mais uma manhã de sábado ensolarada em Irará, lá está seu Zé vendendo sua farinha e seu feijão quando por volta das oito horas até ele seu freguês Chico:
(Chico) _Bom dia! Como vai Zé?
(Zé) _ Bom dia! Vou bem. E tu?
(Chico) _ Bem também, com saúde que é o mais importante.
(Zé) _Tu viu Chico que o STF derrubou esse marco temporal e os deputados se reuniram pra fazer lei contra os índios?
(Chico) _E tu já viu, o que é que o dinheiro não faz?
(Zé) _Isso é os donos do agro que cria boi e planta soja.
(Chico) _ E são eles quem paga a campanha desses bandidos.
(Zé) _Daí eles tem que fazer as leis pra agradar o patrão.
(Chico) _Sem contar que ainda quer liberar geral o garimpo.
(Zé) _Agora derruba a floresta, mata os rios, e ninguém vai comer ouro.
(Chico) _A ambição faz o homem se matar só pra enricar.
(Zé) _Pois é! Sem a floresta, sem água, só com ouro e doença o que adianta?
(Chico) _Falando em saúde o homem operou o quadril ontem.
(Zé) _Já ‘tá’ em recuperação. Agora o pobre é na regulação.
(Chico) _Pra você ver, não sei quantos médicos pro presidente e no posto falta.
(Zé) _ Sempre a regalia é pra eles!
(Chico) _Me dá minha farinha e até pra semana!
(Zé) _ Até Sábado!
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