Mais uma manhã de sábado ensolarada em Irará, lá está seu Zé vendendo sua farinha e seu feijão quando por volta das oito horas até ele...

Dia de Feira 240

 

Mais uma manhã de sábado ensolarada em Irará, lá está seu Zé vendendo sua farinha e seu feijão quando por volta das oito horas até ele seu freguês Chico:

(Chico) _Bom dia! Como vai Zé?

(Zé) _ Bom dia! Vou bem. E tu?

(Chico) _ Bem também, com saúde que é o mais importante.

(Zé) _Tu viu Chico que o STF derrubou esse marco temporal e os deputados se reuniram pra fazer lei contra os índios? 

(Chico) _E tu já viu, o que é que o dinheiro não faz?

(Zé) _Isso é os donos do agro que cria boi e planta soja.

(Chico) _ E são eles quem paga a campanha desses bandidos.

(Zé) _Daí eles tem que fazer as leis pra agradar o patrão.

(Chico) _Sem contar que ainda quer liberar geral o garimpo.

(Zé) _Agora derruba a floresta, mata os rios, e ninguém vai comer ouro. 

(Chico) _A ambição faz o homem se matar só pra enricar.

(Zé) _Pois é! Sem a floresta, sem água, só com ouro e doença o que adianta? 

(Chico) _Falando em saúde o homem operou o quadril ontem.

(Zé) _Já ‘tá’ em recuperação. Agora o pobre é na regulação.

(Chico) _Pra você ver, não sei quantos médicos pro presidente e no posto falta.

(Zé) _ Sempre a regalia é pra eles!

(Chico) _Me dá minha farinha e até pra semana!

(Zé) _ Até Sábado!

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