Os protestos no Chile começaram no dia 14 de outubro
contra o aumento das tarifas de transporte e as políticas de ajuste econômico. Alguns
manifestantes optaram por aproveitar o caos dos protestos, para promover saques
e os “quebra quebras”, razão que levou o presidente do país Sebastián Piñera a
suspender o aumento das tarifas de transporte e colocar milhares de militares
nas ruas.
A População chilena ateou fogo no prédio da
multinacional italiana Enel de eletricidade, empresa privatizada que extorque o
povo do Chile.
O
descontentamento da sociedade com o sistema previdenciário chileno,
administrado por empresas privadas, o custo da saúde, o deficiente sistema
público de educação e os baixos salários em relação ao custo de vida acabou
emergindo junto com os protestos sobre o preço do metrô.
Os protestos se espalharam pelo país após a repressão
dos militares aos estudantes e o povo inteiro do país protesta não só pelos 30
pesos de aumento na passagem do metrô mas por 30 anos de opressão do sistema
capitalista onde o país cresce economicamente mas a população (os mais pobres)
não usufruem deste crescimento. Não há distribuição de renda justa só
enriquecimento dos mais ricos, até o preço da energia elétrica é dolarizado.
O sistema de aposentadoria por capitalização resultou
em idosos ganhando menos do que o salário mínimo e em altas taxas de suicídio
entre os mais velhos. Tudo para que o setor financeiro faturasse muito. Apenas
11% dos estudantes mais pobres chegarem a universidade, o alto custo de vida é
uma das razões que fizeram com que outros segmentos sociais, além de estudantes
viessem a aderir aos protestos, com altas taxas de endividamento da população chilena
e passa pelo empobrecimento da população, pela falta de atendimento de suas
necessidades e pela desigualdade cada vez maior. No Chile, o 1% mais rico da
população detêm 33% das riquezas (no Brasil, é cerca de 28%).
A Água foi privatizada, além do gás, cobre e outros
minerais, os sistemas de Previdência, Saúde, Educação, Transporte e rodovias.
Tudo custa e custa muito. Os jovens não conseguem sair da universidade sem uma
dívida astronômica para pagar ao longo da vida, as crianças não ingressam na
escola sem pagar infinitas taxas, não há atendimento médico sem assinatura de
um contrato prévio.
Os movimentos sociais se uniram e nesta terça-feira
(22) convocaram uma greve geral para os dias 23 e 24. Na manhã desta
quarta-feira o Chile amanheceu paralisado, comércios, indústrias, serviços
públicos estão fechados. As pessoas estão organizadas nas ruas, em imensas
manifestações pacíficas. Elas exigem reformas estruturais essenciais para
libertar o país das amarras da ditadura.
O “paraíso” neoliberal chileno foi construído sobre
cadáveres, torturados e desaparecidos do regime de Pinochet, um dos mais bárbaros
num continente acostumado à barbárie.
Na contra mão da política neoliberal temos a Venezuela
que sofre forte embargo econômico do governo Trump e a Bolívia, do reeleito Evo
Morales, é o país que mais cresce na América Latina, lá gás e petróleo foram
nacionalizados.
Depois dos equatorianos agora é a vez dos chilenos se
indignarem contra a opressão do sistema que mantém a concentração de riquezas
nas mãos de poucos e a miséria na vida de muitos.
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